Vitória suada do FC Porto: William Gomes decide contra um Estoril resistente (1-0)

Vitória suada do FC Porto no Estádio do Dragão, William Gomes decide logo aos 8 minutos contra um Estoril resistente (1-0), na 12.ª jornada da Liga Portugal Betclic…

No Estádio do Dragão, sob o céu nublado de uma véspera de feriado nacional, o FC Porto reencontrou o caminho da vitória na Liga Portugal Betclic. Na 12.ª jornada, os dragões superaram o Estoril Praia por 1-0, num jogo que, apesar do resultado magro, devolveu à formação de Paulo Farioli a liderança isolada da competição. O golo solitário de William Gomes, logo aos 8 minutos, foi o suficiente para somar três pontos preciosos, mas o triunfo veio com doses de sofrimento e controlo tático, especialmente após o intervalo.

Um Início Elétrico e um Erro Decisivo

O jogo começou com o Porto a impor o seu ritmo habitual, mas foi um lapso do Estoril que abriu as portas ao golo. Aos 8 minutos, Jordan Holsgrove, médio dos canarinhos, hesitou numa saída curta debaixo de pressão. William Gomes, o jovem brasileiro de 20 anos emprestado pelo Lille, mostrou instinto felino: interceptou a bola e, com um remate colocado de pé esquerdo do lado esquerdo da área, beat Diogo Costa – não, espere, o guarda-redes era Pedro Silva para o Estoril, mas o erro foi fatal. O 1-0 surgiu como um presente envenenado para os visitantes, que entraram em campo com um plano defensivo sólido, apostando em transições rápidas e futebol direto.

O Estoril, treinado por Ian Cathro, não se desfez. Pelo contrário: a equipa de Cascais, que vinha de uma derrota na Taça de Portugal frente ao Famalicão (1-2), respondeu com garra. Guitane e Begraoui criaram perigo em contra-ataques, explorando as alas portistas. Aos 21 minutos, uma falha de Gabri Veiga permitiu a Froholdt avançar, mas o remate rasteiro do espanhol foi defendido por Cláudio Ramos. O Porto, com 49% de posse de bola na primeira parte, circulava a bola de forma previsível – muitos passes laterais e recuos para a defesa –, o que gerou críticas entre os adeptos no Dragão. “Jogo pobre e vitória com alguma sorte”, comentou um fã no zerozero.pt, ecoando o sentimento de que os dragões estavam em “quebra” nas últimas jornadas.

Sofrimento na Primeira Parte, Controlo na Segunda

A etapa inicial foi um teste de paciência para os azuis e brancos. O Estoril, com um 4-4-2 compacto, neutralizava as investidas de Samu Aghehowa e Pepê, forçando o Porto a remates de fora da área que raramente ameaçavam. Bednarek, central portista, foi herói anónimo ao cortar cruzamentos perigosos, enquanto o meio-campo, com Varela e Nico González, lutava para encontrar fluidez. No entanto, os dragões só sofreram três golos em 12 jornadas – um registo defensivo impressionante que se manteve intacto.

No regresso dos balneários, Farioli ajustou: mais intensidade nas pressing e largura nos corredores. O jogo ganhou controlo, com o Porto a estancar as transições rápidas do adversário. Substituições como a entrada de Luuk de Jong por Samu aos 60 minutos trouxeram frescura ao ataque. O holandês quase ampliou aos 72′, num cabeceamento que passou rente à trave. Do outro lado, o Estoril esgotava as forças: Jandro Orellana deu lugar a Ferro, mas o espanhol desperdiçou uma clara aos 65′, rematando à figura de Ramos após assistência de Froholdt.

O momento de maior tensão veio nos descontos: aos 90+2′, Ferro cabeceou ao poste num canto, fazendo o Dragão prender a respiração. Mas o VAR confirmou a legalidade, e o golo não entrou – um alívio para os portistas, que geriram o jogo com maturidade até ao apito final.

O Que Dizem os Números e as Implicações

Estatisticamente, o Porto dominou: 58% de posse, 14 remates (6 enquadrados) contra 9 do Estoril (3 enquadrados). William Gomes, homem do jogo, celebrou o golo como “um sonho realizado”, em flash interview à SportTV. Para o Estoril, o 10.º lugar com 13 pontos reflete uma campanha irregular – vitória suada, mas que quebra uma série de quatro jogos sem derrotas.

Com este resultado, o FC Porto sobe para 31 pontos, ultrapassando Sporting (30) e Benfica (28), numa tabela cada vez mais disputada. O próximo teste é quinta-feira, nos quartos da Taça da Liga, frente ao Vitória de Guimarães, também no Dragão. Farioli, na antevisão, alertou para “armadilhas” no calendário: “Se ganhas dois grandes mas acabas com 33 pontos, prefiro perder todos e chegar aos 46”. Palavras que ecoam a ambição de uma época de conquistas.

Numa Liga onde o triunfo é “caro”, como escreveu o Público, este 1-0 sabe a vindima. O Porto restaura a independência na frente – e, quem sabe, o título no horizonte. Que venha mais!