Novas tecnologias e métodos para responder mais rapidamente aos derrames no mar de substâncias perigosas e nocivas, como o xileno e os óleos alimentares, são apresentam hoje, em Matosinhos por cientistas do Centro de Investigação Marinha e Ambiental…
Esta apresentação surge no âmbito do projeto europeu MARINER, que visa melhorar o planeamento e aumentar a rapidez de resposta face aos derrames de substâncias perigosas e nocivas como os chamados HNS (‘Hazardous and Noxious Substances’) no mar e que, em Portugal, conta com a colaboração do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR) e da empresa Action Modulers.
“Ao contrário dos derrames de hidrocarbonetos” (como o petróleo), a resposta a derrames de HNS “ainda se encontra numa fase inicial e a maioria dos países não tem um plano de contingência totalmente efetivo para estes acidentes”, disse à Lusa o investigador do CIIMAR Miguel Santos.
O MARINER divide-se em diferentes tarefas, passando a primeira pela compilação da informação já existente sobre acidentes deste tipo, tornando-a “mais acessível e operacional”, através de uma plataforma ‘online’ gratuita, explicou.
A segunda parte diz respeito à elaboração de um modelo melhorado para controlo de derrames de HNS, integrado num quadro operacional comum (COP), e à disposição de guias transfronteiriços para avaliação do seu impacto ambiental.
Na tarefa seguinte, os investigadores estão a desenvolver e a validar protocolos de resposta e de equipas a derrames destas substâncias nocivas, realizando testes em cenários reais.
O último ponto do projeto centra-se na criação de uma ferramenta online, com materiais complementares que contemplam exercícios de avaliação de risco, bem como pacotes de treino em gestão e modelação de derrames das HNS.
O projeto é hoje alvo de um ‘workshop’ promovido pelo CIIMAR e pela empresa Action Modulers nas instalações daquele centro no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, às 16:00, destinado a representantes de instituições nacionais, nomeadamente agências e autoridades nacionais, locais e regionais, empresas, universidades e laboratórios do Estado.
O MARINER, que finaliza em dezembro de 2017, é cofinanciado pela União Europeia e envolve, para além das instituições portuguesas, o Centro Tecnológico Del Mar – CETMAR, que coordena o projeto, o Instituto Tecnolóxico Para o Control do Medio Mariño de Galicia – INTECMAR – e a Universidade de Vigo, de Espanha.
Colaboram ainda no projeto a ‘Public Health of England’, do Reino Unido, e o ‘Centre de Documentation, de Recherche et d’Expérimentations sur les Pollutions Accidentelles des Eaux’, de França.