Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez a antevisão ao jogo com o Chaves (sexta-feira, 19 horas), o primeiro da segunda volta…
Na antevisão ao jogo com o Chaves, Sérgio Conceição respondeu ainda a perguntas sobre o mercado e comentou também as arbitragens dos quartos-de-final da Taça de Portugal.
Diferença entre Chaves do inicio de época e este de Tiago Fernandes: É mais importante falar do Chaves, que, com o Tiago Fernandes, mudou algumas coisas. Obrigatoriamente vai fazer mudanças, por jogadores que não podem jogar, mas estamos à espera delas. Pode jogar com dois homens na frente ou só com um e dois alas. Vamos ver. Há uma ou outra situação diferente na dinâmica da equipa. Sabemos que temos de assumir o jogo.
Meio campo sem Danilo. Sérgio Oliveira já está como quer?: Não quero individualizar as coisas. Já falei sobre o Sérgio. Achei que não estava da forma que eu queria e isso tem a ver com muita coisa.
Balanço da primeira volta e o que espera da segunda metade do campeonato: Espero fazer uma segunda volta melhor que a primeira. O nosso início não foi tão bom como eu esperava. Depois de sete ou oito jornadas começámos a estar melhor em algumas situações de jogo em que tivemos alguma dificuldade no início. Não estávamos a fazer bem, mas fomos melhorando e espero fazer uma segunda volta melhor.
Desgaste da equipa depois de 120 minutos com o Leixões: Faz parte. Preferia não fazer o prolongamento se tivessem validado o golo. Não foi possível. O adversário foi de qualidade, meteu-nos dificuldades. Conseguimos o objetivo no prolongamento, menos mal. A recuperação vai ser feita da melhor forma para que possam dar contributo à equipa. Jogar de três em três dias é sinal que estamos em todas as competições.
Brahimi: Estava condicionado e continua. Fez treino integrado, mas condicionado. Vamos ver até à hora do jogo. Poderá estar na convocatória, mas a utilização… vamos ver. Um dia pode fazer toda a diferença.
Mercado: Laterais? O João Pedro há algum tempo que não treina. Há três semanas, desde que fez o último jogo e saiu magoado na equipa B, está há três semanas magoado. Não sei se repararam… Não posso usar um jogador condicionado. Quanto ao Militão à direita, são situações trabalhadas e jogadores que têm essa mais-valia, ao serem polivalentes. Podem fazer mais do que uma posição com qualidade. Em relação ao comentário das segundas linhas, não concordo. Há jogadores mais utilizados que outros, sim, mas não quer dizer… O Corona é segunda linha? O Pepe é segunda linha? Felipe? Alex Telles? O Fernando, que chegou agora, já fez dois jogos, o André Pereira… O onze que jogou, se analisarem, são jogadores que têm sido utilizados.
Arbitragens: Em vez do mercado, é mais interessante falar noutras situações, que fazem com que o espetáculo não seja o melhor. Pensam que contra o Leixões a exibição não foi tão boa, mas temos que olhar para dentro do campo. Primeiro, o FC Porto fez uma primeira parte de bom nível, não espetacular porque jogamos num campo cheio de areia. Quem viu as dificuldades dos jogadores em controlar a bola de primeira? Depois, em seis ou sete minutos, havia 12, 15 faltas. Já é um exagero. Isso é que é importante. Não tenho nada contra o Hugo Miguel, Capela, ninguém. Gostava era sempre de ter os melhores a apitar. Um bom maestro faz a orquestra funcionar bem. A orquestra são os jogadores, o maestro é o árbitro. Se o maestro está sempre a interromper, a música não se ouve com qualidade. No Leixões foram 50 ou 60 faltas… Um exagero completo. Sinceramente, falando do VAR, levando para o que é importante falar, Portugal foi pioneiro em utilizar esta ferramenta bastante interessante, e depois destes quartos-de-final veio reforçar o que achava: é fundamental. Um penálti não assinalado, um golo limpo não assinalado e que nos podia ter custado um título, imaginando que perdíamos em penáltis ou o Leixões marcava mais um golo, numa competição onde fizemos mais um golo que não foi validado.
Depois da polémica da última jornada sobre o Hugo Miguel [no clássico], ir arbitrar o V. Guimarães-Benfica e o Capela, que esteve no Santa Clara-Benfica, ir apitar o FC Porto… Há que pensar. Não estou a dizer que não são bons, mas têm que ser mais protegidos. Apitam constantemente, sentem o mediatismo, é um jogo de risco elevado… Devia haver bom senso, na minha opinião. Devia-se pensar nas nomeações, avaliar os árbitros sobre a prestação no espetáculo. Sermos parados de 15 em 15 segundos por faltas inexistentes? A favor e contra, atenção. Temos que pensar nisto, é mais importante do que o mercado.