Porto – programação de 2017 da Galeria Municipal


O presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, disse hoje que quer uma cultura em que as pessoas não sejam apenas espetadoras, durante a apresentação da programação de 2017 da Galeria Municipal, que ocorreu na Biblioteca Almeida Garret…

Esta programação, que inclui quatro exposições, vem, segundo Rui Moreira, reforçar a missão definida para a Galeria Municipal, um projeto vocacionado para a divulgação de discursos contemporâneos, no domínio da arte nacional e internacional, e na condição de acesso livre.

Para o autarca, “tudo isto surge de um pensamento que começou há quatro anos”, que se pretende “continuar”, que tem “crescido a uma velocidade adequada” e que corresponde, não à semente “que se queria lançar”, mas sim “ao desafio” que tem sido “lançado por todos os que, na cidade”, gostam, pensam e fazem cultura.

O programa deste ano define-se pela apresentação de exposições particularmente abertas do ponto de vista crítico, ligando, por um lado, “de forma íntima, a criação contemporânea ao ambiente político e artístico que a rodeia” e, por outro, estando “atentas à obra de artistas da cidade do Porto e ao seu diálogo com a arte internacional”, disse à Lusa o adjunto para a área da cultura, Guilherme Blanc.

As escolhas para as exposições, que cruzam temas como a apropriação e o diálogo, a ficção científica, social e política, e artistas da coleção de António Cachola – que reúne cerca de 650 obras de arte contemporânea – aconteceram “de uma forma particularmente atenta aos artistas da cidade”, o que faz parte “da missão” desse espaço municipal, referiu o adjunto da cultura, durante a sessão.

A primeira exposição, “Quote/Unquote”. Entre Apropriação e Diálogo”, com início marcado para março, tem a duração de dois meses e centra-se numa seleção de obras da coleção da Fundação EDP, subordinadas ao tema da aproprioação na arte contemporânea, dos anos 60 do século XX até à atualidade.

Esta mostra, na qual são exploradas práticas “de apropriação direta de imagens, textos ou outras formas de produção cultural”, parte de uma “ideia de relação artística”, estando sediada nos “conceitos de contaminação, referenciação, citação”, explicou Gulherme Blanc.

De acordo com a organização, na segunda exposição, “Them or Us”, um projeto de ficção científica, social e política agendado para junho, destacam-se questões associadas à Europa e ao “restante mundo ocidental”, às políticas sobre os refugiados, o terrorismo, ao turismo e às “invasões biológicas através de novos vírus”.

“Quatro elementos” é o nome da terceira exposição, que é inaugurada com a Feira do Livro, a 01 de setembro, encerra com o Fórum do Futuro, em novembro.

Durante este período, a organização propõe “um discurso a quatro vozes” (onde a cada orador corresponde um dos elementos da natureza – fogo, terra, ar e água), que se “veicula a uma questão central na obra de Sophia de Mello Breyner [o planeta e os seus elementos], mas simultaneamente a um assunto que vai marcar a edição deste ano” do fórum, acrescentou o adjunto da cultura.

No quarto momento, “Coleção António Cachola”, de 29 de novembro até meados de fevereiro, a aposta da organização recai numa “reflexão sobre a criação artística visual”, realizada por artistas portugueses que começaram a expor regularmente a partir de 1980, reunidos numa das “mais relevantes” coleções privadas de arte contemporânea em Portugal.

Esta é a primeira vez que a coleção, composta por mais de 650 obras, de cerca de uma centena de artistas contemporâneos, como Francisco Tropa, Julião Sarmento, Rui Chafes, Jorge Molder ou Fernanda Fragateiro – incluindo portuenses – estará exposta no Porto.

Nesta apresentação foi igualmente divulgado um vídeo promocional da cidade.