Jesús Corona recorda e revela momentos em entrevista ao Porto Canal


Jesús Corona concedeu uma longa entrevista ao Porto Canal, o extremo mexicano passou o seu trajeto em revista e fez ainda algumas revelações…

Jesús Corona concedeu esta segunda-feira uma entrevista ao Porto Canal, onde recordou o início de carreira, os sacrifícios da família, a chegada à Europa e a importância do FC Porto. Feliz na Invicta, o extremo mexicano passou o seu trajeto em revista e fez ainda algumas revelações.

Corona revelou as ideias que Sérgio Conceição trouxe ao FC Porto e revelou o conteúdo das famosas rodas no final da cada partida dos dragões.

Saída da sua cidade Natal com 15 anos: Os meus pais foram importantes, porque nunca me deixaram, ligavam-me quase todos os dias. Às vezes até os questionava porque me ligavam tanto, pedia para me deixarem e não se preocuparem tanto. Queria crescer sozinho. Agora que tenho um filho compreendo totalmente o que sentiam na altura. Foi uma mudança enorme, Hermosillo é pequeno e Monterrey é enorme. Mas aí começou o meu sonho, era interessante, ia-me apercebendo disso com o passar do tempo. Já estava num clube que me podia ajudar a concretizar o meu sonho e a chegar aos meus objetivos. Vivia num quarto com quatro colegas, mas não me importava, o que queria era viver aquilo, estar ali. Os meus pais também me visitavam quando podiam.

Aventura europeia nos holandeses do Twente: O primeiro ano foi complicado, fiz alguns jogos entre a equipa A e a B. Nos primeiros seis meses fiquei na equipa A, mas jogava muito pouco, foi difícil, de Hermosillo a Monterrey, de Monterrey à Holanda. Depois começou a cair neve, essas coisas custaram-me muito. Passei algum tempo na B, a treinar sozinho, mas depois o mister chamou-me de novo, deu-me confiança e nunca mais sai do onze. Foi aí que comecei a desfrutar do futebol na Europa.

Transferência para o FC Porto: Já me tinham falado um mês antes, mas a transferência só se concretizou no último dia. Falaram-me do interesse do Porto, de Portugal, do clube onde jogava o Herrera. Fiquei feliz, as portas da casa estavam abertas. Fiquei muito entusiasmado, falei com a minha mulher, começamos a pesquisar no telemóvel tudo sobre a cidade do Porto e do clube. Foi muito bom para mim.

Bom arranque de cada época: Depois das férias, de desfrutar de algum tempo com a tua família, estás com fome de bola, querendo entrar no onze, na equipa. Depois não sei o que se passa, não sou regular, e é isso que estou a trabalhar. Mas os meus inícios de temporada têm sido bons no FC Porto.

Importância da inspiração: Provavelmente é isso, ou por uma ou outra coisa que acontece fora do relvado. Se calhar fico concentrado nisso, pensando nisso. Acredito que possa ser isso. Quando estás bem da cabeça tudo te sai melhor.

As ideias de Sérgio Conceição: Sim, o sistema favorece-me. Somos mais ofensivos, mas estamos motivados para trabalhar em qualquer posição ou modelo. Estar à disposição da equipa é importantíssimo, gerando um bom ambiente no grupo e na equipa.”

As famosas rodas nos finais dos jogos: Ali há sentimento. Depois do jogo, tudo o que falas sai-te do coração. Sente-se muito do que ali se fala. O abraço geral é importante, sentir o afeto do abraço do teu companheiro cria uma boa vibração. E é isso que sentimos, quando fazemos as coisas bem ou mal. Isso ajuda muito.

Vitória na Luz, na última época: Já se sentia e já se acreditava que seríamos campeões depois do golo. Depois fomos à Madeira contra uma equipa realmente difícil e acabámos por ganhar no último minuto. Imagina a vibração que sentimos ao ver toda a gente na chegada a pensar que já éramos quase campeões. Foi todo um ano de trabalho, acabou por ser muito merecido para todo o grupo.

Golo de Herrera: O Herrera merecia aquele momento pelo que estava a fazer durante toda a temporada, e principalmente pelo que aconteceu cá (Herrera tinha ficado ligado ao golo do Benfica no último clássico no Estádio do Dragão). Foi um golaço, e ganhar assim no último minuto, fiquei muito contente por ele.