Festival MEXE estrea-se em espaços do Teatro São João


O festival de arte comunitária MEXE inicia a sua terceira edição na terça-feira, a decorrer no Porto até domingo, estreando-se em espaços do Teatro Nacional São João, embora o diretor sublinhe a continuidade da ligação ao espaço público…

“Nesta terceira edição, o festival continua a ter uma vocação claríssima para o espaço público. Pela primeira vez, temos um equipamento da cidade que serve de equipamento-âncora do festival”, afirmou hoje à Lusa o diretor artístico, Hugo Cruz, que realçou o facto de a programação incluir música, teatro e dança.

A programação do evento inclui 27 ações, entre as quais o Encontro Internacional de Reflexão sobre Práticas Artísticas Comunitárias com 65 participações, numa parceria entre Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT) da Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Évora, a Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo e a organizadora do festival, a PELE.

“Este ano o MEXE mexe com a nossa ideia de multiculturalidade numa Europa profundamente dividida e confronta-se com a necessidade urgente de reflexão sobre as práticas artísticas comunitárias no contexto espaço-tempo que vivemos”, pode ler-se na mensagem introdutória de Hugo Cruz ao programa deste ano.

Na terça-feira, a abertura do festival é feita no Teatro Nacional São João com a estreia do documentário “Cidadãos de Corpo Inteiro”, sobre a criação da peça “Mapa — O Jogo da Cartografia”, com base no “trabalho desenvolvido e consolidado no Porto, pela PELE, nos últimos sete anos e que se reflete na criação e continuidade de Grupos de Teatro Comunitário (Grupo AGE, Grupo Auroras – Lagarteiro, Grupo de Teatro Comunitário EmComum – Lordelo do Ouro, Grupo de Teatro Comunitário da Vitória – Centro Histórico e Grupo de Teatro de Surdos do Porto)”.

Neste contexto, vai ser com a peça “Mapa”, no Teatro Carlos Alberto, que o festival vai encerrar no domingo às 21:00, numa “reflexão sobre o que é a cidade do Porto”, como explicou Hugo Cruz.

Pelo meio, o programa inclui várias oficinas de trabalho e momentos como “Política de Execução”, peça realizada por um grupo de pessoas sem-abrigo e de atores profissionais húngaros, a ter lugar na Galeria Paris, no sábado.

“Esta edição mantém igualmente, com grande esforço mas coerente com os seus princípios, a preocupação de acesso às diferentes áreas de programação de públicos diversos, mantendo a gratuitidade da maior parte das ações e nos casos de entrada paga um preço simbólico”, acrescentou Hugo Cruz.