Euronext inaugurou no Porto centro tecnológico de suporte a bolsas europeias


A Euronext tem agora um centro tecnológico na Avenida da Boavista, no Porto, que servirá de base à plataforma de gestão bolsista transeuropeia desta importante empresa. Com a criação destes 140 postos de trabalho altamente qualificados, Portugal passa a ser o segundo país europeu em número de colaboradores, depois de França…

Com a presença do Primeiro-Ministro, António Costa, do CEO da empresa, Stéphane Boujnah, e do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, Euronext Tecnhology começou a funcionar naquela que o autarca classificou como sendo “uma cidade diferente”.

“O Porto não é uma cidade qualquer. A sua génese, história, o caráter que construiu ao longo de séculos, a vocação comercial e burguesa deram origem a uma cidade diferente, arrojada, aberta, liberal”.

Numa alusão histórica ao cerco do Porto, do Século XIX, Rui Moreira disse que a cidade tem sido vítima de outros cercos, mas, como sempre, resistirá e está agora em plena expansão.

“O Porto não é uma cidade qualquer e vive hoje a recompensa de ter sabido resistir, também nos tempos mais recentes, aos novos cercos que lhe foram fazendo. Pela crise económica internacional, pela crise financeira nacional, pelas más decisões políticas, pelo centralismo, mal maior do país”, disse o autarca, repetindo: “Só que o Porto não é uma cidade qualquer”.

“Hoje inauguramos um projeto de investimento de grande importância internacional, como é o centro de excelência da Euronext Technologies, responsável por um conjunto de atividades de elevado valor acrescentado, representando funções críticas vertebradoras do funcionamento das diversas bolsas geridas pelo grupo”, considerou Rui Moreira.

E lembrou que a Euronext é uma entidade de prestígio que gere exemplarmente operações de bolsa em Paris, Amesterdão, Bruxelas, Lisboa e Londres, que opera a principal rede de bolsas na zona Euro, representando mais de 2.6 triliões euro em capitalização bolsista. “A Euronext não é uma empresa qualquer”, concluiu.

O grupo de bolsas de valores Euronext escolheu a cidade do Porto para instalar um centro tecnológico, complementar ao que tem em Paris. A nova infraestrutura funciona na Avenida da Boavista, no mesmo edifício onde está instalada a Interbolsa, empresa de liquidação e compensação de ordens que integra a Euronext Lisbon.

O centro, que emprega 140 engenheiros e outros profissionais altamente qualificados, além da gestão e manutenção da infraestrutura tecnológica, tem competências de segurança no domínio das Tecnologias de Informação e trabalha no desenvolvimento de novas soluções e serviços financeiros.

A funcionar 24h por dia e sete dias por semana, o Euronext Technologies assegura as operações e os serviços de tecnologias de informação para todo o grupo Euronext, que gere também as bolsas de Paris, Amsterdão e Bruxelas. Além disso, presta serviços para empresas que usam os seus sistemas, como o Morgan Stanley ou o HSBC, valorizou Paulo Rodrigues da Silva.

“Poder permitir às pessoas que apliquem as suas capacidades em Portugal é fantástico”, declarou o novo CEO da Euronext Portugal. É que alguns nesta equipa instalada na Invicta, que tem uma média de idades de 30 anos (80% são homens), eram quadros especializados que tinham emigrado e aproveitaram esta oportunidade para regressar ao país.

Sem se alongar sobre futuros planos de investimento para Portugal, “primeiro há um trabalho duro a fazer que isto funcione e se incorpore bem no resto do grupo”, o líder da Euronext fala já do “preço a pagar quando se é bem-sucedido”: a concorrência ao nível dos recursos humanos. “A má notícia é que está a tornar-se moda abrir operações de tecnologias de informação no Porto. E não se fica sozinho num sítio onde há tanto bom talento”, gracejou Boujnah.

Eleito recentemente como o melhor destino turístico europeu, o Porto é “também um grande destino para investimento e projectos de alto valor acrescentado”, sustentou o primeiro-ministro. António Costa lembrou ainda que, no quadro europeu, “o essencial para ser competitivo nesta era digital é ter uma boa infra-estrutura de comunicações e grandes talentos”.