Francisco J. Marques explicou no programa Universo Porto da Bancada, emitido pelo Porto Canal, de que forma os emails do Benfica chegaram à sua posse nos últimos meses….
Francisco J. Marques explica todo o processo e congratulou-se com as buscas feitas ao Benfica e aos seus dirigentes, considerando tratar-se de um passo importante na investigação ao caso dos emails.
“Nunca vão ter outra versão porque esta é a verdadeira. Quando é verdadeira torna-se facilmente demonstrável. Nós não seguimos o conselho do Adão Mendes e não apagámos tudo. O primeiro contacto foi através de mail e trazia uma cartilha. E eu respondi a esse mail, dado que achei aquilo interessante, perguntando como poderia atestar da veracidade daquilo. Recebi, pouco tempo depois, novo mail com print screens de contas de e-mail. E dizia assim ‘acho que com isso fica provada a veracidade’. Vi aquilo, tinha várias imagens e cheguei à conclusão de que era verdade“, começou por detalhar.
“Disse então ‘estou convencido, envie-me mais’, e foi assim que tudo começou. As coisas chegaram por mail, é verdade e as autoridades sabem disso. Inicialmente utilizei o meu mail do FC Porto, o que uso para o meu trabalho, mas é verdade que depois crei um mail num cliente desses todos encriptados, desses que a malta dos anti-googles e da privacidade gosta. Foi através dessa conta de mail encriptada e inviolável que chegou a parte de dragão dos mails. Foi assim. O FC Porto recebeu e quando olhou para aquilo constatou o interesse público do que lá estava”, explicou.
“Nós, quando estamos aqui a divulgar estas coisas, não nos cabe a nós fazer prova disso. Para isso existem outras entidades e existe a justiça. Quem acredita na justiça, como nós acreditamos, tem de deixar a coisa correr. Agora, os indícios aqui são demasiado fortes. Há interesse público na divulgação. Disso não há dúvida nenhuma“, frisou.
“O Benfica está a ser investigado por alegadamente ter cometido crimes de corrupção ativa e passiva, deixa de poder fingir que nada acontece. Esta não é mais do que uma etapa do processo, mas só podemos ficar satisfeitos quando chegar a julgamento e sentença. De qualquer forma, já há algum sentimento de dever cumprido, estamos em defesa do futebol português, de um desporto mais limpo, e foi dado mais um passo nesse sentido. Assistimos à maior operação policial e judicial relativamente a um clube de futebol em Portugal, nunca houve nada com esta dimensão”, lembrou Francisco J. Marques.
O diretor de comunicação do FC Porto aproveitou para criticar uma vez mais aquilo que considera serem “práticas censuráveis do Benfica” e deixou um desafio no ar: “Vai ser interessante verificar agora, que os tais peritos financeiros, contabilísticos e informáticos fizeram as buscas, se o que lá encontraram é idêntico ao que foi entregue pelo FC Porto. Como sabe, tudo o que nos fizeram chegar foi entregue à Polícia Judiciária. Estou curioso para ver se o que encontram é igual ao que o FC Porto entregou ou se encontraram computadores limpos e novos, sem as coisas antigas. Da nossa parte nunca se limpou nada, está lá tudo clarinho.“