Apoio domiciliário poupa viagens a idosos com linfoma e leucemia


Um projeto destinado a doentes com leucemia e linfoma presta apoio domiciliário a mais de 200 utentes, na maior parte idosos, evitando que passem horas no Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, à espera de uma transfusão…

Fátima Ferreira, a presidente da Associação de apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), explicou à agência Lusa, que tratando-se de “uma doença controlada mas não curável, os doentes com estes problemas de sangue têm, regularmente, de fazer transfusões”.

“Entre a necessária recolha de sangue para análise, a análise e a eventual transfusão, que dura no mínimo duas horas, por vezes os doentes têm de esperar no hospital durante três horas”

Há dois anos, um conjunto de circunstâncias, “como a oferta de um carro por um antigo doente e a chegada de dois enfermeiros reformados, proporcionaram o início das visitas ao domicílio”, observou.

“O nosso raio de ação são 100 quilómetros à volta do Porto, mas excecionalmente já fomos até Monção”, disse a responsável de um trabalho voluntário “que permite aos idosos poupar dinheiro, viagens e ter melhor qualidade de vida”.

O trabalho da dupla de enfermeiros consiste na “recolha de sangue na casa dos doentes”, após o que “fazem o estudo das amostras, informando de seguida o hospital”, a quem cabe a decisão sobre se o “doente tem de submeter-se à transfusão”.

“Caso seja preciso, marca-se o dia, o paciente desloca-se ao hospital e, à hora marcada, e sem ter de esperar mais tempo, faz [a transfusão] e depois regressa a casa. No caso de não ser preciso, as colheitas ficam feitas, os resultados anotados e o idoso não se cansou com viagens”, explicou.

Criada em 1997, a associação vai procurar alargar esse serviço a mais utentes “assim que conseguir outro enfermeiro voluntário”, sublinhou a responsável. Com 1.118 associados, mas em que apenas “um terço paga a quota anual de 10 euros”, a ADL conta com 30 voluntários.