Ano do Reino Unido na Casa da Música arranca quinta-feira


A Casa da Música, no Porto, inaugura na quinta-feira o ano dedicado ao Reino Unido, escolhido pelo “património musical de primeira grandeza” que, segundo o diretor artístico, António Jorge Pacheco, “para muitos será com certeza uma grande revelação”…

O Reino Unido vai ser o “país-tema” da Casa da Música em 2017, e, além de todo um legado histórico-cultural que vem da tradição da polifonia e de Henry Purcell, e que passa por G.F. Händel e Edward Elgar, Benjamin Britten e os Beatles, o Porto vai acolher três figuras que marcam a história mais recente da música britânica:Sir Harrison Birtwistle, James Dillon e Ryan Wigglesworth, que serão os compositores e artistas em residência ou associação.

O ano britânico arranca com a ‘Casa Aberta’, iniciativa que, até domingo, vai permitir ao público “ver aquilo que normalmente não tem oportunidade de ver” quando ali se desloca para assistir a um concerto, disse o diretor artístico, contando que haverá música em todo o edifício, visitas guiadas pelos diferentes espaços, exposições e oficinas, além de concertos dos agrupamentos residentes.

O festival de quatro dias, intitulado ‘God Save The Queen!’, com concerto oficial de abertura programado para as 21:00 de sexta-feira, com a Orquestra Sinfónica da Casa da Música a mostrar “a música britânica de várias épocas, com especial relevância para uma obra do compositor em residência na Casa este ano, Harrison Birtwistle, considerado o mais relevante compositor britânico e no panorama europeu da atualidade”, afirmou o diretor artístico.

Para sábado, destacou também, haverá a conferência “O Impacto do Brexit na vida musical britânica”, tema que “não está ainda a ser discutido, sobretudo no Reino Unido, mas que motiva preocupações”, disse.

Segundo o diretor artístico, “há várias preocupações no meio musical britânico, nomeadamente o virem a ficar isolados na ilha devido a, por exemplo, barreiras alfandegárias e outras”.

“Há uma preocupação real no mundo musical britânico relativamente a este aspeto”, sustentou, acrescentando que esta conferência, organizada em colaboração com o British Council, conta com a presença de Nicholas Kenyon, director do Barbican Centre e organizador dos Proms (festival de música anual londrino) durante uma década.

Num “jogo de palavras com a citação de Shakespeare”, referiu, ‘To Be or Not to Britten’ é um “espetáculo de teatro musical” que estará também em destaque no sábado, bem como a apresentação pelo Remix Ensemble da “estreia nacional de uma obra emblemática que terá no centro do concerto Harrison Birtwistle”.

Os quatro dias da ‘Casa Aberta’ terminarão no domingo ao fim da tarde, com o Coro da Casa da Música a mostrar “momentos importantes da vida coral britânica, desde a Renascença até aos nossos dias”.

Na programação para 2017, O Reino Unido marcará sempre presença, sendo ainda de realçar o festival Música Revolução, em finais de abril, no qual “os escândalos dos Proms” serão interpretados.

“Indiretamente ligado ao tema britânico, em setembro haverá o festival temático Humor na Música”, concluiu ainda o diretor artístico.