Aboubakar recorda visita ao balneário do Besiktas, que lhe trouxe vários problemas. Pelo caminho elogia Sérgio Conceição e diz que o FC Porto desta época está talhada para grandes coisas…
Em entrevista à revista Dragões, o avançado camaronês falou sobe o regresso ao FC Porto e explicou o episódio que gerou polémica, após a derrota azul e branca frente à formação turca.
Vincent Aboubakar está a atravessar um dos melhores momentos da carreira e tem protagonizado um arranque de temporada fulgurante, com golos e boas exibições ao serviço do FC Porto. E, de acordo com o jogador, isso deve-se, em grande parte, a Sérgio Conceição.
“Depois do jogo fui cumprimentar os meus colegas ao balneário. Eles começaram a dançar, como eu costumava fazer, e toda a gente se lançou sobre mim. Começaram a rir, eu nem conseguia, depois da derrota do FC Porto, estava mesmo triste. O Babel começou a filmar e depois não fez aquilo de publicar o vídeo de maneira intencional”
“Foi apenas para registar o facto de já não nos vermos há muito tempo. Eu não fui lá para montar nada e nunca pensei que o resultado viesse a ser aquele. Não foi um gesto para ferir fosse quem fosse. Mas claro que mais uma vez quero pedir desculpa ao ao presidente, aos meus colegas, aos dirigentes, aos adeptos”
O camaronês reconhece que aquele gesto lhe trouxe muitos problemas e que até Sérgio Conceição quis falar com ele para dizer que não gostou do que viu nas redes sociais: “Sim, disse, e eu respondi que não fiz de propósito, para chocar fosse quem fosse. Pedi desculpa ao treinador, aos meus colegas, ao presidente, aos dirigentes e aos adeptos. E agora, mais uma vez, peço desculpa. Não quis magoar ninguém, claro que não“.
O avançado chegou mesmo a dizer que nunca mais voltaria ao FC Porto, mas, na entrevista, explica, de forma detalhada, o porquê de ter mudado de opinião.
“Em primeiro lugar, é um prazer voltar e rever amigos. parti e uma das razões pelas quais voltei foi a mudança de treinador e também a mudança do sistema de jogo. O que é bom é o jogador procurar superar-se, é não se colocarem limites, como acontece hoje”, começou por dizer, prosseguindo.
“Sim, é verdade que disse isso. Porque a forma como o anterior treinador me tratou tocou-me muito. Ele fez uma escolha e eu saí. E, de facto, quem me motivou a vir foi o novo treinador, que me telefonou, incentivou-me, mostrou que queria muito contar comigo, deu-me uma grande motivação, passou uma mensagem de confiança para que me sentisse integrado no projeto. Na verdade, não mudámos só de treinador, mudamos muitas outras coisas e penso que o FC Porto vai fazer grandes coisas esta temporada”, prometeu o avançado que já leva oito golos em nove jogos disputados esta temporada.
Na entrevista houve também espaço para revelação de aspetos mais pessoais, sendo de destacar, entre outras coisas, que Aboubakar não gosta de ir ao centro do Porto.
“Eu não, desde logo porque não domino a cidade. Quando saio do treino volto para o hotel, durmo uma sesta, às vezes vou para a receção ver um pouco de televisão, noutras pego no carro e vou dar uma volta (…) Mas não vou para o centro, prefiro sítios com menos engarrafamentos, para evitar que as pessoas me reconheçam, porque não gosto de multidões. Prefiro a tranquilidade. Sobretudo Gaia é muito calma, o clima é bom, o ar é puro, nada poluído, ou seja podemos fazer o que gostamos nesta vida, que é jogar futebol”
Com tanto tempo livre tem dado também espaço para Aboubakar se lançar nas artes, ele que adora ler romances inspiracionais, ouvir música, de kizomba a música clássica e escrever, claro. Tanto assim que anda a escrever um livro.
“Estou a escrever um pequeno livro em que procuro descrever o meu percurso, não só futebolístico mas também no plano filosófico. Se já tem título? Não, ainda não tem, ainda não pensei nisso, mas vou procurar um bom título (…) Se penso editá-lo? Não, posso oferecê-lo a algumas pessoas, mas editá-lo não, é um livro pessoal”