A Farmácia Islâmica que há dois anos veio enriquecer o Museu da Farmácia, no Porto, foi selecionada para a sessão deste sábado, dia 18, do ciclo “Um Objeto e Seus Discursos por Semana”. É, também, uma excelente oportunidade para conhecer melhor o museu que foi inaugurado, em 2010, na Rua Engº Ferreira Dias nº 728, na zona industrial do Porto…
Com semelhanças evidentes ao Salão Árabe do Palácio da Bolsa, a Farmácia Islâmica constitui um tesouro decorativo (que pode espreitar virtualmente aqui) e, sobretudo, cultural, pois permite-nos viajar à descoberta dos boticários e de alguns períodos da farmacologia, dos cuidados de saúde e do bem-estar em relação com a História.
Este espaço teve origem num palácio de Damasco do século XIX, onde servia a respetiva corte mas também como centro de ensino para os jovens sobre as artes da farmacologia. Foi depois enviado para a Europa por um antiquário da capital síria e acabou a enriquecer o espólio do Museu da Farmácia, tendo sido alvo de profundos trabalhos de restauro pela Fundação Ricardo Espírito Santo. A par das evocações da cultura islâmica, tem bem patentes as raízes do conceito de farmácia, que nasceu no Médio Oriente, nomeadamente em Bagdade.
A sessão de sábado convida a conhecer tudo isso e muito mais com a ajuda do líder da comunidade islâmica na cidade do Porto, Abdul Rehman, de um especialista em ciências da farmacologia, José Manuel Sousa Lobo, e do historiador da saúde e diretor do Museu, João Neto, numa conversa seguida de debate com o público, às 18 horas.
O espólio do Museu da Farmácia inclui peças dos primórdios da história universal da saúde e da doença e é já uma referência internacional. A coleção reúne objetos de raro valor histórico, artístico, antropológico e científico, oriundos de civilizações e culturas tão distantes no tempo e no espaço como a Mesopotâmia, o Egito, a Grécia, Roma, os Incas, os Astecas, o Islão, a África, o Tibete, a China e o Japão, entre outras.
A par da Farmácia Islâmica, o património do museu inclui a reconstituição da Farmácia Estácio, inaugurada em 1924 na Rua de Sá da Bandeira, que ficou célebre no final dos anos 40 pela sua balança falante, a qual se tornou um ex-libris da baixa portuense da época.
Os eventos do ciclo “Um Objeto e Seus Discursos por Semana”, que todos os sábados nos levam a descobrir diferentes locais da cidade ou objetos e a conhecer a sua importância, são de acesso livre. Pode consultar toda a programação em www.umobjetoeseusdiscursos.com.